ANO XXVIII - Nº 271 - Julho de 2023 - Tema do Mês: A Liderança da Igreja E O CLERICALISMO.
Leia os Relatórios do mês e ore pelos Obreiros.
Nota
Ficamos muito felizes em saber sobre a continuidade do trabalho no Boletim dos Obreiros, fundado pelo meu saudoso marido, José Carlos Jacintho.
Feito sempre com muito amor por mais de 40 anos, a dedicação e excelência em tudo que José Carlos fazia, desde o layout, a edição dos relatórios, centenas de artigos escritos até o envelopamento e postagem dos impressos foram pilares valiosos para este trabalho para o Senhor.
Agradecemos a Deus pelos irmãos envolvidos neste trabalho. Que o Boletim dos Obreiros permaneça como um veículo de comunicação essencial, trazendo luz e ânimo aos missionários, conectando-os em uma rede de amor, fé e serviço ao Senhor.
Obrigada,
Dacley Jacintho de Campos e filhos,
Carla, Paula e Júnior
E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor,
e não aos homens, sabendo que do Senhor recebereis como
recompensa a herança; servi a Cristo, o Senhor.
Colossenses 3:23-24
Nota de Gratidão
A Diretoria da CIIB, na pessoa do seu presidente, irmão Geraldo Gonçalves, vem através desta, agradecer a irmã Dacley Jacintho de Campos, viúva do saudoso irmão José Carlos Jacintho de Campos, pela autorização dos direitos para a continuidade da publicação do Boletim dos Obreiros, valioso e conhecido veículo de comunicação entre o povo de Deus que compõe o Movimento dos Irmãos no Brasil.
A CIIB, assume agora, a imensa responsabilidade para levar adiante este ministério que ficará abrigado no Departamento de Comunicação, o qual está sob a gestão do amado irmão Adonias Gonçalves, diretor de comunicação da CIIB.
Cabe-nos aqui fazer uma consideração no agir soberano de nosso Deus. Após um contato realizado pelo irmão Geraldo Gonçalves junto ao irmão Neudes de Abreu, numa legítima preocupação com o futuro do Boletim dos Obreiros, ouvindo do mesmo que as edições estariam encerradas, embora, fosse o desejo da irmã Dacley Jacintho de Campos, que alguém pudesse dar continuidade a tão importante ministério. A partir desta necessidade, em conversa sobre o assunto, finalmente a Diretoria da CIIB, aceitou prontamente e de bom grado os direitos de publicação do Boletim dos Obreiros.
Portanto, agradecemos, primeiramente a Deus por tamanho privilégio. Agradecemos também ao irmão Neudes de Abreu pela tratativa e a irmã Dacley Jacintho de Campos por nos confiar a nobre missão da continuidade do Boletim dos Obreiros que, na permissão do Senhor, terá sua publicação nº 271 em agosto, obedecendo a sequência das edições desde seu início.
Nosso fraterno abraço e sinceros votos de que o Boletim dos Obreiros possa continuar sendo, assim como sempre foi, um canal de comunicação entre nós.
Geraldo Gonçalves – Diretor Presidente da CIIB
A Liderança da Igreja E O CLERICALISMO
Por Jabesmar Aguiar Guimarães
Antes de iniciar o artigo que me propus escrever faço um pedido, e o faço porque o texto escrito não transmite as expressões faciais, feições e entonação da voz do escritor. Assim, peço que ao ler este artigo imagine um rosto sereno e uma voz calma e educada, embora firme. Navegue no texto com a mente e o coração dispostos a fazer uma avaliação criteriosa do que nele está exposto. E se ao final você não concordar comigo, não tenha nisto um motivo para malquerenças, pois, se você é um cristão verdadeiro, somos irmãos e companheiros de vida eterna. Caso queira me escrever fique à vontade para fazê-lo; mas se for para contestar, por favor, faça isto com fundamentos bíblicos e, caso me convença de que estou biblicamente errado, mudarei meu entendimento. Feita esta pequena digressão passemos ao artigo.
Embora esteja surgindo no meio dos Irmãos argumentações asseverando que existiram diferentes formas de governo da igreja no Novo Testamento, o contrário é que é verdade. O Novo Testamento apresenta apenas uma forma de governo eclesiástico que é: vários presbíteros compondo a liderança de cada igreja local. O modelo bíblico é o de uma liderança plural, exercida por mais de um homem e nunca por um homem apenas, ou por um homem com autoridade sobre os outros líderes.
Bem cedo no Novo Testamento já são mencionados os presbíteros. Já em Atos 11:30, logo no início da Igreja, podemos ler sobre os presbíteros da igreja em Jerusalém. Paulo e Barnabé em sua primeira viagem missionária estabeleceram o padrão de liderança através da constituição de presbíteros em todas as igrejas que haviam fundado: “E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14:23 – negrito meu). Isto indica que o procedimento de Paulo era estabelecer um grupo de presbíteros em cada igreja que fundava. Sabemos que também em Éfeso Paulo deve ter estabelecido presbíteros, pois, lemos em Atos: “De Mileto, 5 mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja” (At 20:17 – negrito meu). Além disso, vemos Paulo enviando Tito à Ilha de Creta com o seguinte objetivo:“Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi”(Tt 1:5 – negrito meu). Na carta a Timóteo Paulo menciona os presbíteros. Ele escreve:“Não te faças negligente para com o dom que há em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (I Tm 4:14 – negrito meu).
Em outras epístolas há a menção aos presbíteros. Tiago escreve: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estesfaçam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor” (Tg 5:14 – negrito meu). A importância deste texto se deve ao fato da epístola de Tiago ter sido uma carta geral escrita para muitas igrejas e crentes a quem ele chama de “as doze tribos que se encontram na dispersão” (Tg 1:1 – negrito meu). Isto nos mostra que Tiago esperava que em cada uma das igrejas onde sua carta fosse lida existissem presbíteros.
De Pedro podemos inferir a mesma coisa, pois, sua carta foi dirigida a várias igrejas que estavam espalhadas nas províncias romanas da Ásia menor (Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia – cf. I Pe 1:1). Ele escreveu: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles…” (I Pe 5:1 – negrito meu). Ele também esperava que em cada uma daquelas dezenas de igrejas em lugares remotos houvesse presbíteros. Já em Hebreus, embora não apareça a palavra presbítero, vemos que na congregação para qual a carta foi dirigida havia uma pluralidade de líderes. Em Hebreus 13:17 lemos: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas…” A Bíblia Revista e Corrigida contem um erro de tradução aqui ao dizer “obedecei vossos pastores”. A palavra grega usada aqui é “egouménois”, derivada de “egéomai” cujo significado é liderar, guiar. No grego bíblico a palavra pastor é “poimén” e, no original grego, ela não ocorre nem em Hebreus 13:17 e nem em Hebreus 13:7.
É digno de nota que Pedro, que era um apóstolo do Senhor Jesus, quando no contexto de igreja local chamou a si mesmo de presbítero e não de apóstolo, pastor ou outro título. Neste contexto do pastoreio do rebanho do Senhor ele apresentou-se como um presbítero. Como já vimos, na igreja em Jerusalém havia mais de um presbítero (cf. At 11:30).
De todos estes textos não podemos deixar escapar pelo menos duas verdades. Em primeiro lugar, nunca vemos nenhuma sugestão que qualquer uma igreja, por menor ou mais isolada que fosse, tivesse um só presbítero. O padrão do Novo Testamento é pluralidade de presbíteros. Em segundo lugar, não vemos 6 no Novo Testamento mais de uma forma de governo e sim uma única forma que é a de presbíteros em cada igreja local, pastoreando, dirigindo, zelando e cuidando dela. Notável também é o fato que em nenhum lugar do Novo Testamento algum escritor bíblico tenha se dirigido a um líder de qualquer igreja local chamando-o de pastor.
As palavras presbítero e bispo designam basicamente a mesma função. Em Atos 20:17, 28 vemos Paulo se dirigindo aos presbíteros onde também os chama de bispos. Aqueles homens tinham a incumbência de pastorear a igreja. Eram eles que deveriam proteger a igreja dos “lobos” (falsos mestres) que nela penetram com o intuito de arrebanhar adeptos a si mesmos por meio dos seus ensinos errados. Também deveriam estar atentos com os de dentro, pois mesmo entre eles poderiam surgir pessoas assim.
Tendo colocado esta base bíblica para a liderança da igreja local, passo a falar sobre alguns posicionamentos, a meu ver equivocados, que tenho presenciado por parte de alguns irmãos e, até mesmo, igrejas locais. Já se vão alguns anos que um irmão me interpelou tentando defender a ideia do que ele chamou de Presbítero Presidente, que seria: um presbítero que está acima dos outros presbíteros. Na prática ele seria o “chefe” dos outros presbíteros. Disse-lhe que esta pratica não tem apoio e nem precedente bíblicos. Mas ele, mesmo não podendo fundamentar biblicamente seu entendimento, parece que não se deu por convencido.
Percebo que, na tentativa de copiar ou se adequar às outras igrejas evangélicas, alguns dos nossos irmãos têm tomado um caminho diferente daquele que nos é indicado pelas Escrituras Sagradas. Escrituras estas que devem ser nossa única regra de fé e prática.
Vou exemplificar com alguns casos reais que passo a citar: Um irmão me segredou que foi convidado para pregar em um evento das igrejas de uma cidade do Brasil e, a cada vez que era chamado à frente, lhe davam o título de pastor fulano de tal. Incomodado com isto, ele procurou os dirigentes e disse que não era pastor e que gostaria de ser chamado apenas de irmão. Os dirigentes insistiram que ele era pastor sim, pois era pregador da Palavra e estava pregando muito bem, e etc. Então, ele disse que nem presbítero era e que nem mesmo tinha o ministério de pastorear e, portanto, não fazia o mínimo sentido ser chamado de pastor. Foi com a promessa de não ir à frente se não o atendessem que, com muito custo, conseguiu ter seu pedido atendido.
Neste mesmo congresso, um pregador de uma denominação evangélica compartilhou com um líder bem conhecido no nosso meio estar estranhando que alguns de nós, herdeiros dos princípios dos Irmãos, estivessem indo para aquilo do qual ele tinha saído. Afirmou que na igreja onde é um dos líderes, saiu a figura 7 do pastor e entrou a liderança plural composta de presbíteros.
Para encerrar, conto um caso que aconteceu comigo e que exemplifica uma ideia cada vez mais corrente entre nós. Fui entregar uma correspondência em uma localidade e o irmão que me recebeu, querendo me agradar, me chamou de pastor. Disse-lhe que não costumo usar títulos e que prefiro ser chamado apenas de irmão. Ele me interpelou com a clássica pergunta: “Ora bolas, mas você não pastoreia a igreja?” Respondi que sim. Ele, então, replicou: “então você é pastor! Afinal Paulo nos diz que, na igreja, Deus concedeu alguns para pastores” (cf. Ef 4:11), o que à primeira vista parece fazer sentido.
Então qual é o problema aqui? O problema é confundir o dom de pastor com o título de pastor; título este que, normalmente, tem a intenção de colocar seu portador um degrau (ou alguns degraus) acima dos demais crentes. Já foi demonstrado que, quando fala de liderança da igreja local, a Bíblia menciona presbíteros. Eles são incumbidos de pastorear o rebanho de Deus, mas normalmente os autores bíblicos os chamam de presbíteros (poucas vezes de bispos) e não de pastores. Percebam que não somente o dom é confundido com um título, mas, também o é a função de pastorear.
Se fossemos aplicar isto aos outros dons espirituais, teríamos que chamar quem tem o dom de contribuição, de contribuinte fulano de tal; quem tem o dom de exortação, de exortador cicrano; quem tem o dom de serviço, de servidor fulano de tal, quem tem o dom de presidir, de presidente, e assim por diante.
O termo pastor (poimén) ocorre 18 vezes no NT e na maioria das ocorrências refere-se ao Senhor Jesus. Ele aparece com os seguintes significados nas seguintes passagens: Como dom em Efésios 4:11; Como função em 1 Pe 5:2; e referindo-se ao Senhor Jesus em Mt 24:35; 26:31; Mc 14:27; Jo 10:2,11,12,14,16; *Hb 13:20; *1 Pe 2:25; 5:4. Aparece também designando os que cuidam de ovelhas (animais) – Lc 2:8,15,18,20 e em Judas 12 referindo-se a hereges. Notem que o termo nunca aparece como um título, e, sim, como dom ou função. Então, por qual motivo alguns estão sendo atraídos a usarem o que é claramente um dom e uma função, como título?
Um irmão me disse que o uso deste título faria com que os membros o respeitassem mais. Será? Ora, se o respeito de um líder advém do seu título há algo errado. Respeito deve ser conquistado pelo bom procedimento e não imposto por títulos, cargos ou posições. Outro irmão me segredou que, ao chegar à igreja onde era membro, se deparou com os presbíteros carregando uma plaquinha no paletó onde se lia: pastor fulano de tal. Pergunto: será que um líder precisa usar um crachá para ser identificado pelos membros da igreja? Afirmo novamente que essa prática é absolutamente equivocada. 8
Este “Clericalismo1 Brando”, que em minha opinião poderá descambar para um “Clericalismo Rígido”, pode ter sido introduzido por meio de atitudes, a princípio, até bem intencionadas. Cito como exemplo o velho costume de algumas igrejas locais, prática comum também em congressos e encontros, onde há cadeiras especiais que só podem ser ocupadas por irmãos “importantes”. Quem nunca viu alguém ser convidado para compor o púlpito?2 Quem nunca viu, em alguns encontros e congressos, lugares de destaque destinados especialmente aos que são conhecidos como obreiros em tempo integral? E o que dizer dos lugares preferenciais para obreiros em tempo integral nas filas das refeições em congressos, mesmo que isto viole o direito de idosos e mulheres com crianças? Me pergunto se estas pequenas práticas, aparentemente despretensiosas, não contribuíram ao longo dos anos para formar uma mentalidade de que certas “classes” de crentes são mais importantes que outras.
Nossa função na igreja do Senhor, seja ela qual for, não deve nos levar a pensar, e nem deve levar outros a pensarem, que somos mais importantes que os demais irmãos. Importante e merecedor de todo o destaque é Aquele que nos arregimentou e nos capacitou a servi-Lo. Ora se O servimos é por sermos seus servos. O termo servo vem da palavra grega doulos a qual significa escravo. Escravo é escravo, e escravo não se julga importante. Portanto o destaque deve ser dado ao nosso Senhor e não a nós! Em Mateus 8 ao tratar da busca de posições Jesus diz aos seus discípulos: “Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos” (Mt 8:8). E vós todos sois irmãos. Prestemos atenção nisso!
Pedro demostra ter absorvido este ensino do Senhor Jesus ao mencionar o apóstolo Paulo em sua carta. Ele escreveu: “…como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu,segundo a sabedoria que lhe foi dada”(2 Pedro 3:15 – negrito meu). Ele não o chama de outra coisa senão de irmão. Não há nada mais maravilhoso do que ser chamado de irmão em Cristo. Isto é precioso, pois, para que alcançássemos este privilégio Ele deu a Sua vida para nos fazer filhos de Deus e, portanto, irmãos em Cristo.
Em 1928, Groves, um dos irmãos pioneiros, disse: “Eu não tenho dúvida que está de conformidade com a vontade de Deus nos reunirmos em toda simplicidade.
1 Clericalismo é a divisão dos crentes entre clérigos e leigos, ordenados e não ordenados ao ministério. O clero detém o desempenho de determinadas funções tais como celebrar a ceia do Senhor, batizar; pregar etc. Na maioria das denominações evangélicas o que dá acesso ao clero é o fato de se ter o diploma de um curso teológico.
2 “Compor o púlpito” é ficar assentado na plataforma sem fazer nada enquanto o pregador entrega a mensagem. É, na verdade, uma forma de dar destaque alguém. Nunca vi o irmão “Zezinho”, freqüentador assíduo das reuniões da igreja, receber tal convite. Porém, basta chegar algum visitante “importante” que logo será convidado a ocupar um lugar de destaque na congregação.
9 cidade, como os discípulos, não almejando nenhum púlpito ou cargo, mas certos de que o Senhor nos edificará juntos, como lhe aprouver, e usará um dentre nós mesmos.” Este foi um dos fundamentos daquele que ficou mundialmente conhecido como o “Movimento dos Irmãos”. Foi com esta mentalidade que eles espalharam-se rapidamente para muitos países. Poucos anos depois do início deste movimento já havia cerca de 3.000 missionários dos Irmãos espalhados pelo mundo!
Contudo, à medida que os anos passam, parece que este posicionamento vai sendo mais e mais deixado de lado. Não me assustaria muito se em breve surgissem no meio daqueles que dizem fazer parte dos Irmãos, algum apóstolo, ou presbítera, ou pastora. É uma questão de tempo, pois um desvio de um milímetro, num determinado ponto, vai aumentando à medida que a reta avança. No inicio apenas um milímetro, mais um pouco o desvio será de alguns metros que podem converter-se em quilômetros em relação ao traçado original. É difícil não notar uma crescente tendência de se colocar a sigla de um título na frente do nome (Pr., Pb., Dc., Ev., Miss. etc.). Esclareço aos leitores que não sou daqueles radicalmente contrários a se “dar nome aos bois”. Na igreja local é preciso saber quem é quem. É preciso que cada um atue numa área que esteja de acordo com o seu dom espiritual. Mas ninguém precisa sempre ser identificado pela sua função, como se ela fosse um título ou posição.
Por exemplo, não há nada de errado em um dirigente dizer: “gostaria de convidar à frente o irmão fulano de tal que é nosso presbítero para orar por esta situação”. Ou seja, não é proibido chamar o líder pelo nome que a Bíblia lhe dá. Por exemplo, sou um dos presbíteros da igreja em São Torquato, mas, ao dirigir-se a mim ninguém precisa colocar esta função antes do meu nome e sempre me chamar de presbítero Jabesmar. É verdade que algumas vezes as pessoas de outras igrejas e até descrentes me chamam de pastor. Não crio caso por isso e as respondo educadamente, mas, procuro não fazer uso de títulos eclesiásticos. Prefiro ser chamado de irmão. Este nome é maravilhoso, pois, só somos irmãos porque um dia Cristo pagou o preço para que pudéssemos desfrutar deste privilégio. Ele nos fez irmãos!
Aliás, para ser bíblica, uma igreja deve ter presbíteros e estes devem ser conhecidos como tais e, quando necessário, se identificarem como presbíteros. Já vi em uma localidade alguém perguntando sobre quem eram os presbíteros e os ditos cujos não se identificaram. Quando finalmente o fizeram, foi quase como que se desculpando. Se o irmão é um dos presbíteros e for arguido sobre isso, identifique-se prontamente, pois, não há nada de errado em fazer assim (cf. 2 Jo 1:1; 3 Jo 1:1; 1 Pe 5:1). 10
Não quero que me tenham por ingênuo e simplista. Estou ciente que há os que são veementemente contra títulos, mas que, na prática, são mais dominadores e centralizadores que alguns daqueles que o usam. São verdadeiros clérigos. Estão sempre a colocar-se acima dos demais irmãos. Sei que em algumas igrejas que nem presbíteros aceitam, existe um “manda chuva” que determina tudo e ai de quem não seguir suas orientações. Isto é errado, e mesmo as igrejas que tem pastor estão em melhor situação que os irmãos de tais igrejas, pois, aqueles podem despedi-lo, enquanto estes não tem muito o que fazer.
Portanto, entendam os leitores que minha intenção neste artigo não é simplesmente combater o uso de títulos. Antes disso, pretendo trazer um alerta quanto à crescente mentalidade clericalista no meio dos irmãos, pois, ela é que tem sido a principal fonte do desvio.
Não pensem também que vou “criar caso” nas igrejas onde há este costume, por mais que discorde dele. Não vou afrontar publicamente nenhuma liderança, pois, ao fazer isto incorreria em outro erro que é o desrespeito a autonomia da igreja local.
Faço questão de deixar claro que este artigo não tem a finalidade de discutir pessoas, e sim, ideias, conceitos. Também não tem a intenção de julgar o caráter e nem a motivação de ninguém, pois, é possível ter boa motivação e mesmo assim estar equivocado.
Quem me conhece sabe que não defendo valores fundamentados em tradições humanas. Na verdade os tenho combatido e angariado alguns desafetos por isso. Porém, não abro mão daqueles valores que são fundamentados na Palavra de Deus. Eles precisam ser constantemente relembrados, realçados e reafirmados. Não nos deixemos dominar pelo pragmatismo, pois, nossa bússola e manual de instruções é a Bendita Palavra de Deus. Nela encontraremos as claras instruções quanto ao funcionamento da Igreja de Deus. Voltemo-nos, portanto, com afinco, para ela.
Relatórios
JOSÉ ALVES GARCIA
Aos Estimados irmãos da Diretória do Boletim dos Obreiros. A graças e paz do Senhor Jesus Cristo, seja com os irmãos. Este ano, pela graça de Deus, eu tenho realizado minhas atividades atendendo aos convites das igrejas dos irmãos no Vale do Rio Doce, na Bahia onde nós estamos construindo uma Casa de Oração, no vilarejo em Miranda – Bahia. Graças a Deus a construção está saindo muito bem, o nosso amado irmão Romilson está tocando a obra e eu estou na manutenção dos materiais para construção. Estive em Durandé auxiliando o irmão Jacó. Os trabalhos estão animados graças a Deus. Estou muito feliz com meus 90 anos de idade enfrentando a Obra Missionária, glória e honra sejam dadas a Deus. Agradeco às ofertas e as orações das Igrejas e dos irmãos.
Meu abraço fraternal a todos.
José Alves Garcia – 10/07/2023.
PAULO ALVES JORGE
Amados em Cristo.
Em primeiro lugar segue nosso agradecimento pela fidelidade dos irmãos em orar por nós e por nosso ministério.
ADAPTAÇÃO – O tempo voa! Já são dois meses que chegamos ao Brasil mas, ainda é cedo para dizer que já estamos adaptados. Cada dia, temos orado para que esse processo aconteça e sabemos que podemos contar com vossas orações também nesse sentido. Afinal 12 foram 23 anos fora! Ore pela nossa readaptação.
SAÚDE – Obrigado por todos que tem orado pela minha saúde, principalmente depois de ter passado quase uma semana internado em SP. Graças a Deus estou melhor mas ainda em tratamento. No momento estou aguardando resultado de dois exames, um PSA (sangue) que deu alteração e uma tomografia dos rins, ambos feito na manhã de hoje, 24/07, para ver em detalhes, alguns cistos ali encontrados e que um deles preocupou o médico. Por favor ore para que tudo seja bem esclarecido.
MINISTÉRIO – Além do compromisso ministerial na igreja local em Itapoã, Vila Velha, ES, carecemos das vossas orações pelo privilégio de poder atender alguns convites de outras igrejas locais. Orem pelo privilégio de servir e pela responsabilidade de ser fiel na transmissão da Palavra de Deus.
NOSSA CASA – Ainda não estamos em nossa própria casa. Mesmo tendo colocado nossa casa em Angola a venda a mais de dois anos, ela ainda não foi vendida. Com isso, ate agora não foi possível ter a nossa casa e ainda estamos morando com os irmãos Tadeu e Sandra Massalai. Ore pela venda da casa em Angola (ou que outra porta se abra) para que possamos liquidar a conta pendente do apartamento adquirido.
IGREJA NO LUBANGO- ANGOLA. Graças ao Senhor temos recebido boas notícias da continuidade do Serviço do Senhor naquela localidade, o que nos conforta. Ore pelos líderes daquele rebanho, os irmãos: Aguinaldo, Antenor, Cláudio, José Caimbo e Will. Todos eles, contam também com a colaboração de suas esposas no serviço do Senhor. No mais, estamos à disposição dos irmãos e irmãs para qualquer esclarecimento que seja necessário e que possa ajudá-los a orar ainda mais especificamente por nós.
Vossos irmãos em Cristo, Paulo e Raquel Alves.
ASAFE RODRIGUES
Graça e paz do Senhor Jesus! Quero exter- nalizar a minha gratidão por todos os irmãos envolvidos com Boletim dos Obreiros e CIIB. Que o Senhor os abençoe poderosamente.
Irmãos, Deus de forma maravilhosa tem permitido neste ano de 2023 desfrutarmos de momentos preciosos junto a nossa igreja local, assim como também o privilégio de compartilharmos a Palavra de Deus em outras igrejas da região de Piracicaba. Isso tem permitido conhecermos outros ajuntamentos e estendermos mais a comunhão dos santos. Deus é bom. Uma outra oportunidade incrível que Deus está nos dando é que no dia 9 de agosto estaremos embarcando para Juarez no México. Ali vamos passar alguns dias pregando a Palavra de Deus e equipando líderes nesta cidade através de treinamentos. Deus está permitindo o acompanhamento de minha família, isso tem enchido meu coração de alegria. Minha esposa Bárbara, também terá a oportunidade de ministrar a Palavra de Deus em uma conferência de mulheres que ocorrerá ali em Juarez. Alguns motivos de oração: Peço que orem pela nossa proteção, pois Juarez é a segunda cidade mais violenta do mundo. Peço que orem por sabedoria para lidar com as realidades no país. Peço que orem para que con- sigamos alcançar todo o sustento para esses dias ali. Peço que orem por aqueles que ouvirão da Palavra de Deus, que o SENHOR os transforme.
Por fim, felizes também estamos, pois nos dias 5 e 6 de agosto a igreja local em Piracicaba irá completar 35 anos de ajuntamento. Estaremos recebendo nosso irmão e obreiro Rodrigo Miranda e sua família. Peço que orem agradecendo ao Senhor por mais esse ano que Deus nos tem dado. Orem para que a Palavra proclamada alcance o coração de seu povo. Concluo fazendo as palavras do apóstolo Paulo as minhas:
“Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês.” 2 Coríntios 13:14
Asafe Rodrigues
OZEIAS MAURÍCIO
Amados Irmãos e Igrejas locais, é com imensa alegria que escrevemos este relatório missionário. Somos gratos ao Senhor pelo privilegio de sermos alcançados com uma pode- rosa e perfeita salvação em Cristo Jesus – (Efésios 2:8-10). Graças ao Senhor pela vida da minha Esposa Sueli e da nossa filha adolescente Ágata.
No mês de Fevereiro deste ano, completamos 30 anos que servimos ao Senhor: 6 anos em Colatina, cidade do norte estado, e 24 anos na região metropolitana da grande Vitória, na cidade de Serra; sendo 18 anos em Central Carapina e 6 anos em José de An- chieta e Igrejas da região. 1) – Cooperamos no Ensino da Palavra e apoiamos a liderança da Igreja local: orem pelos irmãos Geronídio Barcelos Monteiro, Oséias de Souza, Valter Alves Gonçalves, Jerdeire Gomes da Silva, Jaderson Bruno Cerqueira e Delson de Lima e suas famílias; 2) – Na União Masculina Serrana trabalhamos juntamente com o irmão Mauro Gonçalves, de Nova Carapina, e demais irmãos, buscando o fortalecimento das Igrejas Cristãs Evangélicas Serranas; 3) – Servimos juntos com os Irmãos Geraldo Gonçalves, Agliberto Ribeiro na CIIB (Comunhão das Igrejas dos Irmãos no Brasil), bus- cando a união e o fortalecimento das nossas Igrejas, bem como incentivando o avanço do Evangelho junto com outros servos do Senhor; 4) – Colaboramos no Projeto Contribuição junto com vários Irmãos incentivadores para socor- rer os missionários que estão passando por alguma situação de urgência e emergência. Orem pelo Sr. Joaquim, pai de um dos nossos adolescentes que aceitou o Senhor Jesus recentemente. Intercedam pelo avanço do nosso ministério na área do Ensino acadêmico. Estamos nos preparando para ter uma Rede Escolas e Universidade do Movimento dos Irmãos no Brasil. Contamos com suas orações. Envie suas sugestões para atendimento@ensino- miedc.com.br. Em Cristo Jesus, despedimos na viva esperança de muito em breve estarmos para sempre com o Senhor.
Ozeias Mauricio, Sueli Knaak Mauricio e Ágata Knaak Mauricio – José de Anchieta 2- Serra-ES.
ADONIAS GONÇALVES
Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo – (1ª Co. 15:57).
Amados irmãos em Cristo,
Somos agradecidos ao Senhor pela forma como Ele cuida de nós, suprindo as necessidades com as bênçãos celestiais. Louvado seja o nome do Senhor Jesus. Estamos servindo o Senhor na Igreja em Aracruz – ES, desde março de 2021, atendendo o convite dessa amada igreja.
Obedecendo o propósito do Senhor, temos conseguido executar os projetos para a localidade, dentre eles, estabelecer presbíteros, segundo as diretrizes da Palavra de Deus. Após vários estudos sobre o assunto, a igreja reconheceu três presbíteros. Dia 16/07 Oferecemos um Culto em louvor a Deus pela oficialização do presbitério.
Além da igreja local, continuo atuando no ministério de Escolas Bíblicas, e atendendo, sempre que possível, às demais localidades. Recente- mente, fui desafiado a assumir mais uma grande responsabilidade, pela qual, rogo vossas orações. O Boletim dos Obreiros, agora vinculado à CIIB (Comunhão das Igrejas dos Irmãos no Brasil), está sob minha responsabilidade para atuar como editor. Confesso que se trata de um desafio enorme por ser um veículo de grande valia para o povo de Deus. Por outro lado, entendemos que a obra de Deus precisa avançar, e avança no fato do Senhor usar peque- nos servos que se colocam à Sua disposição. Peço que OREM por minha saúde.
Somos gratos àqueles que têm contribuído com o nosso ministério, tanto com suas orações, como também, suas ofertas. Deus abençoe grandemente a cada um.
No amor de Cristo,
Adonias e Luciléia Gonçalves
GERALDO GONÇALVES
…Ebenezer, e disse: Até aqui nos aju- dou o Senhor – (1 Sm.7:12b).
Amados irmãos em Cristo, graça e paz! Somos imensamente agradecidos ao Senhor, pelo Seu constante cuidado para connosco, suprindo-nos em tudo.
Amados, em o nosso último relatório ao boletim do obreiros, nós estávamos
servindo ao Senhor em Portugal, onde ficamos por quase 12 anos. Estivemos 9 anos na Igreja Evangélica de Sintra, e por quase 3 anos, nos reunimos com os irmãos nas Olarias em Lisboa. Foram bons tempos, inclusive de muito aprendizado para nós, e também, onde pela graça de Deus, demos a nossa contribuição à Sua obra.
Retornamos para Brasil em 25/11/21, e voltamos a nos reunir com os irmãos em Vila Bethânia Viana-ES, de onde saímos para Portugal. Continua- mos ajudando a igreja local com o ministério da Palavra, não mais como lide- rança e sim como obreiro. Venho atendendo a vários convites externos e apoiando algumas igrejas locais na grande Vitória e interior no norte do Estado. Oração: peço que continue orando por nós, pois com o nosso regresso ao Brasil, recebemos como vindo do Senhor vários desafios, dentre eles, a missão de contribuir com o fortalecimento das nossas igrejas e unirmos forças para o trabalho no campo da evangelização. Foi quando surgiu o projeto Unir para Agir e que hoje é a CIIB – Comunhão das Igrejas dos Irmãos no Brasil, onde estamos trabalhando com muito amor e dedicação, com a companhia de vários queridos irmãos que não têm medido esforços nessa nobre missão. Louvo a Deus pelo o que Ele está fazendo em nosso meio, e de estar percebendo o engajamento das igrejas para juntos fazermos a obra de Deus. É claro, respeitando a autonomia de cada igreja local, mas tendo como propósito a nossa unidade em Cristo, para uma boa comunhão, adoração e serviço. (Sl. 133:1).
Agradecemos aos irmãos individualmente e as igrejas, que têm nos apoiado com as suas indispensáveis orações e valiosas ofertas. Continuamos contando com as vossas orações também pela nossa saúde que anda ne- cessitando de cuidados. No amor de Cristo nossa esperança. Vossos conservos no Senhor.
Geraldo e Neuza Gonçalves – Cariacica-ES
Às Igrejas e irmãos Obreiros, solicitamos que
enviem notícias e relatórios para:
Acesse o Boletim dos Obreiros no endereço:
https://ciib.org.br/boletimdosobreiros