MANIFESTO

O Movimento dos Irmãos tem como uma de suas marcas a autonomia das igrejas locais por meio de um governo eclesiástico independente, portanto, não se submetendo hierarquicamente a nenhuma outra instituição. Essa prática tem fundamento nas Escrituras Sagradas, contra a qual não há margem para questionamentos. Em virtude disso, as igrejas se beneficiam da liberdade para suas decisões internas sem quaisquer intervenções externas. Essa liberdade é refletida na diversidade de liturgias e costumes praticados pelas igrejas locais que, não caracterizando desvios doutrinários, permitem a comunhão à despeito de qualquer diferença.

Apesar disso, percebe-se a necessidade de uma aproximação maior entre as igrejas locais que, antes mesmo da pandemia do COVID-19 que surpreendeu os brasileiros no início de 2020, vêm se relacionando muito pouco ou de forma muito tímida ao passo que poderiam estar realizando grandes obras através da mútua cooperação.

A realidade de algumas igrejas locais se agravou durante o período da pandemia com a morte de membros atuantes nos trabalhos, sendo alguns missionários por tempo integral, e com o abandono de muitos que não retornaram quando a situação começou a voltar ao normal.

Diante do quadro fragilizado de muitas igrejas locais com poucos membros e, considerando as demandas que possuem para o cumprimento bíblico de sua missão, faz-se necessário a restauração e fortalecimento da comunhão destas que defendem os mesmos princípios bíblicos, por meio de uma reaproximação mais afetiva e efetiva com a união de propósitos fundamentalmente espirituais.

Uma vez estruturada, essa união de propósitos pode servir de apoio às igrejas, através de visitações às mais necessitadas, do evangelismo e assistência social em conjunto, da promoção de encontros e treinamentos, da publicação de periódicos, de projetos missionários e de outras ações que promovam a capacitação espiritual dos seus membros para a realização da obra de Deus. Entende-se que essas ações não substituem e nem diminuem a responsabilidade de cada igreja na sua missão no Reino de Deus, mas podem promover melhorias e fortalecer a sua realidade espiritual para o bom êxito.

Assim como o Salmos 133 declara que é agradável que os irmãos vivam em união, a criação de um movimento em prol da comunhão dos irmãos está alinhada com a perpetuidade das igrejas locais em benefício de seus membros que prezam por reunir nas casas de oração espalhadas pelo Brasil. Unidas, as igrejas locais podem ser mais relevantes na realização da obra de Deus.

Assim sendo, propõe-se a criação de uma organização que, alinhada com os objetivos aqui descritos, possa promover e conduzir as atividades pertinentes através da composição de equipes, diretorias e conselhos, mediante as aprovações realizadas em reuniões e assembleias das igrejas participantes.

Cariacica-ES, 30 de Abril de 2022

Geraldo Gonçalves